segunda-feira, setembro 21, 2015

O papel importante do gerente em transformar a informação em stories

Como um gerente replica estratégias ou diretrizes para seus colegas e subordinados? Como uma estratégia, ou um propósito chega em seu e-mail pode se transformar numa ferramenta de story com sua equipe? 

Purificar as vezes uma informação complexa é uma tarefa primordial quando o mundo não consegue sintetizar nem atingir uma camada emocional. Principalmente no relacionamento com pessoas do front-office. Por isso, que em toda estratégia pensada é preciso inserir e reavaliar valores e intenções.
"O desafio da gerência média é agregar contexto e significado às mensagens que vêm do topo. Isso não significa passar adiante o que você acabou de ouvir para que os outros ouçam a mensagem idêntica. Da última vez que você recebeu uma informação crítica vinda da sala do CEO, o que fez com ela? Se foi um e-mail, você o encaminhou para os principais colegas? Se foi uma apresentação, você compartilhou os slides importantes com os outros? A questão central aqui é como você ajudou os outros a encontrar sentido na informação e descobrir como aplicá-la a suas tarefas. Isso não significa adicionar uma interpretação pessoal ou opinião ou mesmo dizer para as pessoas o que fazer. Significa ajudar os outros a entenderem o contexto em que a decisão foi tomada e a abordagem adotada e a pensarem em como ela se aplica a eles e como suas tarefas podem se adequar...Se passamos a informação adiante, mas as pessoas não mudam o que fazem como resultado da nova informação recebida, então nada muda...precisa fazer sentido para aqueles que estão tentando fazer isso acontecer."
"O gerente médio tem um papel crítico no ciclo de comunicação transmitindo inteligência e informações, não apenas dados para a organização."

- Liz Mellon, Transformando Visão Estratégica em Ação Proativa

quinta-feira, setembro 17, 2015

Está surgindo uma nova consciência para o servir? Parte 1

Tive o prazer de esbarrar com este texto HOW THE SHARING ECONOMY FOUND PARKING.
Leia ele, mas em resumo é:
-Uber ganhou mais um aporte de 1,5 Bi para entrar na China
-Em NY o preço dos taxis diminuiu.
-Entrou um novo competidor, além do Lyft, o Arro

-Acabou de chegar o parqex, app que permite você alugar sua vaga de garagem. 

Mas o que me chamou mais atenção, foi justamente o aparecimento deste app, o Parqex, que dentro desta economia do compartilhamento, te permite disponibilizar sua vaga de garagem, ou em algum lugar que você tenha disponível - tipo comercial, para alugar.


A ideia é muito, até simples e fácil. No entanto, o que me chamou mais a atenção foi a parte final do texto:
"When this attitude and spunk reaches the parking space sharing economy, can we expect fancy parking spot lighting and windshield washer fluid top-offs? Who’s to say."
Que brinca justamente com o fato de que em alguns lugares do AirBnB você aluga e ganha o café da manhã, como em alguns taxi do Uber você ganha água, biscoitos. Será que esse pensamento emergiria para propor vagas de garagens mais personalizadas, limpas, com iluminação etc? Afinal, na sharing economy as pessoas são avaliadas em uma plataforma digital para os outros. Onde se você for bem avaliado, tenderá a ser mais procurado.

O meu insight foi:
Será que o aparecimento da Economia da Colaboração pode mudar a forma como nos relacionamos com serviços em geral? Será que estamos enxergando o aparecimento de uma economia do servir muito mais consciente?
Isso não é puramente um serviço, é uma plataforma. É uma maneira de propor um serviço, que cada um tem recursos e capacidade de fornecer a outra pessoa. É dar condições a cada um de ser competitivo ofertando o que temos disponível e não usado.

Eu acredito muito nos serviços. Hoje eles fazem parte de 71% do PIB do Brasil, e se começarmos a aumentar a barra da maneira como servimos as pessoas, intuitivamente formaremos uma sociedade focada em proporcionar uma experiência. A cadeia inteira pode se beneficiar com isso. 
"O setor de serviços —que engloba áreas tão díspares quanto crédito, saúde, educação e até cabeleireiros— representa 61% do PIB e 71% do emprego no país."
Se torna uma economia que valoriza o bem-servir, e o bom serviço. Contaminado pela tecnologia e pelo mobile principalmente.

imagem: http://www.fastcoexist.com/3022028/the-sharing-economy-lacks-a-shared-definition

sexta-feira, agosto 21, 2015

Como empresas brasileiras estão sobrevivendo a crise?

Neste post eu faço uma coletânea de matérias que passaram em telejornais ou estão em revistas especializadas que indicam caminhos que as empresas estão buscando para sobreviver a crise. Analisemos elas.

Ao ler este artigo que saiu na EXAME (!) Negócios contam o que fazem em épocas de vacas magras, coletei algumas estratégias e soluções que são reflexos de nosso período econômico. Que se resumem dentro de uma medida controlada para sobreviver a momentos difícies, alguns dão descontos, ou baixam preços ou investem em produtos novos.
"[Na paleteria Palecolé] A estratégia para virar o jogo começa desde o outono. "Tem que ser bem criativo, o que não é fácil. O segredo é você incrementar produtos e criar promoções, para atrair o público. Fazemos o que o consumidor procura: não podemos nunca perdê-los de vista. Assim você consegue manter um faturamento mínimo e segurar até o próximo verão", afirma Galvez. A marca lança produtos novos todos os meses, sendo que uma das novidades é a paleta de sabor capuccino com doce de leite..."Nesse boom todo que teve do ano passado para cá, alguns não sobreviveram por conta de um plano de negócios ruim, com pouca pesquisa de mercado".
"Na internet [a Usina de Massas], trabalha com cupons em aplicativos e promoções nas reservas feitas online. Já no próprio restaurante, há vinhos por preços mais baixos e também descontos nos pedidos por telefone. Mas, para quem pensa em adotar a mesma estratégia, vale lembrar que é preciso incluir esse desconto no planejamento da empresa, e pensar em como isso afetará a margem de lucro."
Em outra medida essa estratégia parece permear empresas de consultoria e Imagem Corporativa mas com um grau mais acentuado de redução de preços, como vi em "Mais serviços pelo mesmo preço para reter clientes". Para sobreviver a crise e manter a carteira devemos olhar com atenção essas estratégias:
"[Laís Guarizzi, presidente da G&A]..."Ao invés de quatro treinamentos, como estava previsto, vamos fazer sete pelo mesmo valor. São estratégias para que a gente possa surfar, nesse momento de crise econômica." Giovanna diz que há dois anos percebeu a crise e desde então vem se preparando. Ela relata que, neste ano, apenas um cliente pequeno suspendeu o trabalho. "Os demais mantiveram a situação da forma como está, apenas não conseguimos reajustar os preços dos novos contratos."
Para manter o fôlego, a agência vem fazendo um "trabalho conjugado de comunicação que envolve gestão das redes sociais, comunicação interna, publicações, entre outros". "Isso tem nos permitido não apenas manter o cliente ativo na casa, como ampliar até a nossa participação", relata. A meta, segundo explica Giovanna, é "crescer dentro dos meus clientes e com isso ganhar um fee adicional e isso significa uma sinergia em termos de custos para o cliente porque você faz um pacote de serviços".
Reflito seriamente: Não sei se o cliente não quer realmente pagar pelo serviço. Eu suponho que ele queira é pagar menos pelo serviço contratado e não, ter justamente mais daquele serviço ofertado para ele, pagando a mesma coisa. São estratégias de sobrevivência que me fazem pensar justamente sobre como você costuma cobrar sobre seus serviços, como você costuma vender, criar a proposta e realçar sua competitividade pelo seu diferencial. Posso estar sendo romântico, mas aquela empresa que enxerga que é primordial o investimento naquela disciplina, ela tenderá a reduzir o preço pago, para justamente manter sua competitividade, imagem em voga.

Uma saída mais amena me parece ser o que o Mário Moyses, diretor executivo da Comunicação+ faz:
"...a agência não perdeu clientes e está procurando, "ao invés de reduzir os custos, ampliar o leque de serviços que oferece" - a Comunicação+ tem 30 clientes e está há oito anos no mercado. "No atual momento, cliente e agência precisam estar muito próximos e discutir de maneira transparente a necessidade de redução de custo e o impacto que isso pode ter", sugere. "Estamos discutindo o preço junto com o produto, ou seja, é a proposta de valor que a empresa tem para oferecer nesse momento", explica. Juntas, as duas partes têm que "avaliar o que pode ser sacrificado com o menor impacto possível."
Quando a principal medida gerencial de uma empresa é baixar preços, eu olho com um pouco de desconfiança para quem assume isso como 'estratégia'. Mesmo não querendo desconsiderar, enxergo que o caminho o mais apropriado é 'falar a real' e conversar com os seus stakeholders sobre a situação. 

UM CASO DE SUCESSO
A Flores On Line, citada nesta matéria da Globo News, é um caso de sucesso porque ela enxerga valor no seu produto - flores, e busca justamente investir internamente neste momento como medida para manter a competitividade. Ela investe em processos para criar valor para o consumidor, lapidando sua Proposição de Valor, com foco em logística e conveniência. (Assista a matéria!) Preço? Não foi cogitado reduzir. Porque ele sabe que para se manter competitivo dentro de um mercado que vendem flores, flores (!), seu maior ativo é sua capacidade operacional e capital humano para assim criar marca.

Para oferecer valor passa primeiro por você saber o que o consumidor valoriza. Aqui entra o entendimento de que tarefa o que consumidor está buscando resolver. A Flores On line percebeu que o seu produto tem uma carga emocional e é amparado por valor emocional forte, mas que só isso não bastava para ser competitivo. O cliente quer que o seu problema esteja resolvido (o destinatário receba as flores), mas que esteja bonita, cuidada, vistosa, numa embalagem bonita...(Brand Promise+Value Proposition+Recursos-Chave+Treinamento). Aqui você pode explorar estratégias de redução de preço? Poder pode, dependerá do tipo de mercado que você quer destinar sua força. 


Quando você ampara seu produto com uma estratégia que destina recursos para entregar uma promessa forte constantemente, (como foi o caso do executivo da Flores que investiu internamente, em logística), existe maior possibilidade de sucesso, mesmo em momentos de crise.

OUTROS EXEMPLOS QUE SERVEM PARA GRANDES OU PEQUENAS
O brasileiro é alguém que se adapta fácil a ambientes incertos. Nesta reportagem no Jornal da Band (Setor de serviços cresce em junho e vai na contramão da economia) mostrou justamente isso, num acumulado o setor de serviços não cresceu desde o início do ano, mas em Junho cresceu 2,1% e as medidas tomadas por alguns empresários foram:
  • Utilizar seu Know-how em seu setor em busca de fortalecer a credibilidade: Ampliar sua oferta de serviços, oferecendo Treinamento e Qualificação em sua área = verbas maiores, modelo de monetização mais duradouros, geração de caixa mais rápido. Investir em educação para o próprio mercado;
  • Investir em Customer Service, visando Customer Experience (sim, são coisas diferentes): Aqui vemos um exemplo excelente (e simples) de atitude diante do serviço. Uma pequena empresa de mudança busca o "atender bem" como diferencial. Mesmo que a proposta em si não tenha tanta elaboração - segundo a matéria. A figura da Dona/Presidente da empresa como principal criadora dessa cultura do cuidado e monitoramento, ajuda a empresa a 'passar uma boa impressão' numa empresa de Frete/Mudanças. Ou seja, entregar bem, não é entregar com experiência, mas já é suficientemente bom para aumentar lucros. Porque sabemos que Customer Experience é mais complexo e completo do que se ater apenas a um bom Customer Service. No entanto, vimos já uma destinação de recursos (como caixas, fitas, treinamento dos funcionários) para esta estratégia. Afinal, é muito importante, uma boa entrega de Customer Service, causa uma boa percepção de Service Quality, causando o boca-boca que segundo a matéria era fonte de 50% dos novos serviços na empresa. 
  • Mas, claro, fornecer promoção ou descontos para compras em maior quantidade
Agora isso tudo funciona num momento de crise ou só para produtos sazonais?
Vejamos o seguinte. Na matéria da Exame, uma das empresas, a Paleteria Palecolé, havia se preparado antecipadamente para uma possível queda nas vendas e fez caixa anteriormente. Acumulou dinheiro, para poder sustentar - diante da estratégia adotada antecipadamente, de diminuir o valor do produto. Eles poderiam ter tomado uma outra iniciativa? Certamente. Mas independente de ser sazonal ou não, pensei em algumas dicas gerais:
  • Destinar investimentos em campanhas de marketing para atrair consumidores
  • Focar recursos e esforços em um público maior, ou em uma região. Por exemplo: Um shopping tem um público mais propício a compra maior que outro.
  • Reduzir portfólio (quando estamos falando em crise) deixando os mais lucrativos como opções, e/ou Reduzir produção dos com menos saída, mantendo o Long Tail no portfólio (lembra o caso do Mario Moyses?)
  • Caso haja gestão antecipatória e esteja com dinheiro em caixa, pode ser uma hora de investir em compras de recursos: físicos (terrenos, já que não dá tantos problemas, ou maquinário, caso o dólar permita) ou até adotar a compra de concorrentes. 
  • Hora de investir em inovação de produto e/ou revisar portfólio de produtos. Quem sabe aquele produto não poderia ter um acabamento diferente, ou uma edição limitada? 
  • Investimento em Inovação (novamente) para revisar processo produtivo interno, para reduzir tempo, e custo (sem prejudicar a eficiência). Já pensando quando sair da crise. 
  • "Reduza custos, eventualmente dividindo o mesmo espaço de trabalho com outras pessoas, renegociando aluguéis, você reduz um pouco as margens, mas por outro lado sobreviva nesse momento." Dicas do Mauro Sayar, Economista, que foi o entrevistado pelo Jornal da Band.
OUTROS CAMINHOS
Já para as grandes empresas (só grandes mesmo?) uma das principais estratégias atualmente diante do cenário de crise e de dólar, é vender para fora. Que é justamente o que Gerdau, WEG, Alpargatas, Portobello, ArezzoParanapanema, Ferbasa, Tupy, Ambev, Iochpe-Maxion e Marcopolo vem fazendo. Realço aqui algumas passagens nesta matéria do Valor Econômico:
"Levantamento feito pelo Valor Data com 248 empresas não financeiras mostra que a receita líquida nos meses de abril, maio e junho subiu 9% e passou para R$ 317,24 bilhões...o lucro líquido melhorou 18%, para R$ 21,91 bilhões.
...a WEG é um caso clássico de crescimento nos resultados no trimestre. A receita total subiu 29% nos meses de abril, maio e junho de 2015, sendo que o avanço desse indicador no exterior foi de 41% no mesmo período. A participação do mercado externo na receita total saiu de 51% para 55%. "A desvalorização da moeda brasileira potencializou a diversificação geográfica e a ampliação da linha de produtos, resultando em forte crescimento da receita líquida."
Se lembra da matéria no Jornal da Band da empresa que investiu em Know-how? Ela certamente teve que buscar outros tipos de públicos, diversificou os seus serviços e buscou outros targets. Este é o momento, de você rever seu modelo de negócio, como também seu modelo de monetização buscando novos público que tem a mesma tarefa a realizar do que o seu, mas você o desconsiderava antes.

PROCESSO: UM ASPECTO ESQUECIDO
Lendo a Época Negócios deste mês de Agosto, existe uma entrevista excelente(!) com o Armen Ovanessoff, diretor-chefe do Instituto de Alta Performance da Accenture que durante 1 ano fez um estudo "O que as empresas devem fazer para estimular o crescimento da produtividade no Brasil". Apontando coisas muito interessantes, e acredito que esquecidas pelas empresas: Processos e Produtividade. (leia aqui página 106, caso não tenha comprado a revista ainda)



Grifo umas partes:
"Inevitavelmente as empresas vão agir quando suas finanças forem afetadas. Uma das razões pelas quais os problemas advindos da produtividade se arrastaram por tanto tempo é que as companhias e a economia conseguiram seguir em frente sem enfrentá-los. Isso foi possível graças à demanda, ao forte crescimento doméstico, especialmente em razão da alta na renda nos últimos anos, e por conta do superciclo das commodities, que atraiu o apetite da Ásia, em particular da China, pelos produtos básicos e recursos naturais brasileiros. Mas esses vetores de crescimento foram exauridos, certo? A demanda doméstica está lenta. A China não cresce mais da mesma forma. Então esses não são mais estímulos com os quais podemos trabalhar. De onde virá o crescimento? Virá de melhoria na produtividade e por consequência da competitividade."
" Por muito tempo, o empresariado brasileiro teve a capacidade de ignorar esse quadro. Tome a indústria de consumo e serviços como exemplo. As receitas desse setor continuam a crescer. Na verdade, elas quadruplicaram entre 2007 e 2013. Até mesmo nesse momento difícil as receitas cresceram. Mas não a lucratividade. Os lucros caíram nesse período, e os custos continuaram a subir."
"logística TNT, que percebeu que a importação de carros era um grande problema que afetava seus clientes da indústria automotiva no Brasil.  A demora gerava muitas vezes a necessidade de comprar os componentes de última hora, de outros países, e fazer o transporte por avião, o que saía muito caro. Assim, a TNT criou um mapa detalhado de todos os pontos pelos quais um componente passaria da Europa até chegar ao Brasil e por quais modais de transporte. Depois de coletar muitos dados e analisá-los, identificou 25 falhas."
Não esqueçamos da empresa investir numa Transformação Digital
Aqui Armen fala da importância do investimento em tecnologia independente do tamanho da empresa:
"...ao contrário do que muitos pensam, inovação não significa que os pequenos negócios serão engolidos pelos maiores, coisa recorrente no passado, no entanto, a realidade contemporânea tem disponibilizado ações simples e mais viáveis para empresários com poder de investimento um pouco mais modestos... muitas pesquisas recentes igualmente têm revalidado o quão profícuo tem sido a aplicação de ferramentas digitais nos processos administrativos."
Curiosamente me deparei estes dias com essa frase do Nassim Taleb, que resume muito bem o que o Armen diz

É só lembrar este levantamento realizado pela Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas Inovadoras (Anpei). do ano passado, destaca Naldo Medeiros Dantas, secretário-executivo:
"54% das empresas de médio porte não possuem processo formal de inovação e apenas 3% apontam a inovação como uma prioridade em curto prazo. A dificuldade de promover projetos no segmento, afirma Dantas, traz impactos negativos para a competitividade das cadeias produtivas. "Na área industrial, os negócios de médio porte perdem força e sucumbem diante da concorrência com artigos importados."

ENTÃO...
Se eu pudesse resumir todo esse aprendizado diria que este é o momento ideal para você investir em inovação, e aqui digo: em processos, em produtos e em experiência. Essas medidas são importantes para se "criar" valor para o consumidor, melhorando a Proposição de Valor da sua empresa. Além disso, utilizar métodos de pricing pode ajudar você a passar pela crise, cobrando o preço justo e adequado sem perder o real valor do seu serviço. Claro, realço ainda em estratégias de marketing como medida para atração e imagem para marca.



Existe um modelo proposto pelo Stephan Liozu que ajuda a entender um pouco o "trajeto do valor", que nos ajuda a entender preocupações, em etapas do que devemos fazer em relação ao valor, e a como devemos criar Proposições de Valor Dinâmicas
  • Criar Valor: Investir em Inovação de qualquer tipo, investigando profundamente as user-needs do usuário, e porquê ele tá nos contratando, o que ele espera e como podemos oferecer inovação em forma de produtos/serviços investindo recursos operacionais internos em busca de eficiência;
  • Quantificação do Valor: Criar estratégias que entreguem "experiência tática" para o cliente através de uma comunicação amigável, focada e criativa. Tão bem quanto precificar seu serviço/produto unindo o que o consumidor enxerga de valor (o real problema que ele precisa resolver) e o quanto de know-how e capacidade você tem de entregar aquilo para resolver o real problema dele. Maximizar a lucratividade alinhando preço e valor, e não em busca de market-share
  • Captura de Valor: Como treinar sua equipe de vendas para que encontre um modelo de negociação que mostre o quão valioso você pode ser em resolver os problemas do cliente através de experiências e solução, sem prejudicar o real valor da sua diferenciação, mensagem e do seu conhecimento, mas que seja bom para os dois? Como melhorar sua venda para capturar valor oferecendo uma negociação baseada em stories, imagens criadas a partir do problema do cliente, instigando possibilidades futuras, para lucrar e aumentar o valor da sua marca.
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sábado, agosto 15, 2015

Satisfação do consumidor não é suficiente

Não se engane com a satisfação do cliente. Satisfação do cliente não é garantia de lealdade. É apenas um indicador, importante, que indica se o consumidor teve problemas durante a compra ou pós-compra. Satisfação tem a ver mais com uma boa transação do que com relação. No entanto ele é necessário para entender se há espaço para haver um relacionamento.

Uma frase me chamou a atenção neste relatório com mais de 1400 online shoppers, pela OracleWhy customer ‘satisfaction’ is no longer good enough:
"Offering social channels and integrating these into existing customer service touchpoints are certainly worthwhile objectives, but there remains an urgent need to focus more on the fundamentals of experience, if companies wish to turn satisfied customers into loyal customers." 
Nos faz pensar justamente na questão do 'entregar o básico bem dá satisfação, mas não é garantia de lealdade, nem garantia de uma bom customer experience. O básico, torna a interação e  transação mais racionais, e possivelmente podem ser memoráveis. Para aumentar a potencialidade de lealdade, é preciso ser emocional, e isso é entregar mais que a satisfação exige, uma emoção no customer experience inteiro.

Porque me arrisco a dizer que o 'estar satisfeito' é porque o serviço cumpriu perfeitamente a tarefa a ser realizada que o cliente contratou/comprou (mesmo hoje em dia isso ainda ser difícil de conseguir). Porque na verdade quanto mais satisfeito o cliente está mais longe do churn ele fica, mas é meio caminho para um grau de lealdade maior. Exceder é entender toda a jornada em que ele passa, sabendo dividir bem onde é customer serviceservice experiencepós-venda, etc. Uma coisa interessante foi uma outra pesquisa da Vidal Consulting Group que constatou que apenas 13% dos “extremamente satisfeitos” se achavam "leais" a marca. Porque repetição de compra não é necessariamente um vínculo com a marca, nem indicação clara de um bom customer experience. Como outro aspecto que a pesquisa indica, abaixo traduzido:
"A fidelidade à marca: Oitenta e dois por cento dos entrevistados descrevem suas experiências como exigindo muito esforço, sugerindo que a fidelidade à marca está intimamente ligada à facilidade de comunicação. Entrevistados listaram ter que usar diferentes métodos de contato para resolver um problema (26%) e utilizando diferentes métodos várias vezes (24%) como o ponto em que lidar com atendimento ao cliente requer muito esforço."
Separo dois resultados desta pesquisa da Oracle, que nos entrega pistas do que devemos nos preocupar para buscar a satisfação, e a lealdade:


Cada etapa em que o consumidor tem contato com a empresa, é uma oportunidade da empresa em aumentar a qualidade da experiência proposta. Porém, para isso é necessário que a empresa busque duas coisas:
  1. crie hipóteses em cada etapa de interação com o consumidor para cobrir o máximo de cenários possíveis criando respostas resilientes e adequadas dentro de uma autonomia do espaço, do funcionário e do sistema
  2. entender o que o usuário espera que o serviço entregue
  3. os próprios usuários serem usuários do próprio sistema.
  4. integração operacional entre back-office e front-office e sistemas de apoio
  5. velocidade em responder
  6. mantenha um tom de voz coerente entre os pontos de contato
Outro aspecto que quero lembrar é que os clientes satisfeitos são os piores a se procurar se você quer aperfeiçoar o seu serviço. Busque os extremos. Além do mais guiar seu negócio pelos Clientes satisfeitos pode ser uma armadilha. Veja esta passagem deste artigo "The Customer Satisfaction Survey Snag": 
"...many large companies kid themselves about how accurate a picture they really get. So how do you get truly worthwhile feedback? A survey conducted by a client of mine, a large phone company, revealed that 94% of customers were "completely satisfied" with their experience. However, in a separate, concurrent survey conducted by the same company, 30% of customers claimed that given the option, they would switch to a new provider. The former survey indicated only 6% of their entire customer base is less than completely satisfied. Assuming those 6% were among those who would switch, at least 24% of their customers who claimed complete satisfaction felt no loyalty to the company. The problem is, companies are interpreting satisfaction to mean loyalty. Sure, a customer may be satisfied, but if the customer believes she would be equally (or better) satisfied with any other provider, she'll switch. A new scale is required to measure loyalty."
Mais info aqui http://www.oracle.com/us/corporate/press/1883120 

*também publicado no LinkedIn

sexta-feira, agosto 14, 2015

Quando o mindset do design é considerado na criação da estratégia ela tem mais chances de sucesso

Procurando informações sobre design estratégico na internet me deparei com uma entrevista feita ao Richard Buchanan (PhD pela Chicago University, é professor de Design, Gestão e Sistemas de Informação da Weatherhead School of Management na Case Western Reserve University), um dos maiores especialistas em design e design estratégico. Que nos brindou com uma simplicidade muito coerente e forte sobre a importância que a disciplina da estratégia tem quando adiciona o pensamento do design como algo estratégico no seu desenho.

Separei umas partes na qual soam como música para aqueles que entendem que hoje estratégia não basta ser desenvolvida baseado em planilhas e análise da concorrência puramente, é preciso ter uma visão mais holística e somado ao "get out of building" do Steve Blank.
"Mintzberg apresentou um argumento poderoso sobre a ascensão e a queda do planejamento estratégico. Em seu livro, ele argumenta contra a elaboração da visão por parte de estrategistas. Visão é algo que pertence aos líderes e às organizações. E são da sua responsabilidade o desenvolvimento e a articulação da visão de uma organização ou empreendimento. Quando esta visão é compreendida e os valores e propósitos são identificados, aí sim podemos falar da estratégia, de como os recursos serão utilizados num ambiente competitivo e, de fato, de como elaboramos uma estratégia de design.... tem algo faltando na discussão sobre estratégia. Algo ainda está faltando. Por mais poderosas que as ferramentas e conceitos vindos da estratégia possam ser, revelando o posicionamento competitivo e a análise das forças e fraquezas, ainda existe algo faltando. E eu te digo, eu acredito que o que está faltando é design. Design para trazer a estratégia para o cotidiano das organizações. Para dar vida. Então, eu não delegaria aos estrategistas e consultores externos esta tarefa. Acredito que o design diz: “Vamos dar uma olhada no nosso cliente, nosso consumidor, o usuário do nosso produto ou serviço, que, afinal, é o beneficiário de tudo o que fazemos. E vamos olhar dentro da sua experiência e entender como nosso produto/serviço produz valor e significado para ele”. Não é olhar para descobrir como cortar custos. É sobre uma nova forma de empreender. Para mim, empreendedorismo é a palavra equivalente ao design nos negócios.... [Assim,] Empreendedorismo é um hábito de inventar novas ideias e de desenvolver estas ideias para transformá-las em inovações que beneficiam organizações e as pessoas servidas por estas organizações. Inventar ideias e desenvolvê-las em inovações. " Richard Buchanan
Recomendo a todos que leiam e releiam o quão importante é a inserção de um novo mindset pode acarretar no 'fazimento' da estratégia. 

Então, se elaborarmos uma reflexão com base nisso, podemos afirmar que se adicionamos o pensamento do design na estratégia, e o design thinking, por exemplo, é um mindset que acelera a inovação. Concluímos que a estratégia em si deve ser uma disciplina que se conjumina com a inovação desde a sua elaboração. 

quarta-feira, julho 29, 2015

KPI é suficiente para saber do presente, não do futuro

"Quando seu KPI é baseado em vendas, você é recompensado por uma ação focada internamente, a transação. A Customer Experience, contudo, é sobre como os usuários se sentem em relação a transação, não a transação em si. Se você recompensar a transação, porque os funcionários deveriam se importar em como o consumidor/usuário se sente então? De certa forma, esse sistema pode gerar em seus melhores vendedores o maior dos problemas justamente para a Customer Experience." 
- Colin Shaw, CEO Beyond Philosophy

terça-feira, julho 28, 2015

Propósito bom e Propósito ruim: Você tá servindo aos senhores certos?

Andy Grove foi um dos maiores CEOs da história. Existem frases fortes dele como a "Só os neuróticos vencem.", ou a "Nada traz maior conscientização sobre uma situação do que a visão da forca." Agora eu me pergunto: Isto ainda é verdade? Sim, é. Mas, eu quero focar na frase "Não importa o que aconteça conosco, mas nossa reação ao que acontece conosco é de extrema importância." dita pelo Fred Mitchell, diretor britânico da China Island Mission, que escreveu uma carta ao ministro com este conselho.

Nesta frase, existe um tom importante de alerta, preocupação, zelo e união coletiva. Somos resultado de nossos atos, mas mostra uma maneira muito 'coletiva' de encarar uma situação decisiva focada sempre pro amanhã. 

UMA VISÃO POLÊMICA 
Estes dias passou uma reportagem sobre as cartas que os Kamikazes japoneses escreviam antes de suas missões suicidas para parentes e familiares. Foram mais 4 mil kamikazes que deram sua vida na guerra. Apesar do teor não ter uma tristeza profunda, ou um arrependimento em suas cartas. Algumas saltam de tão impressionantes. Como a do tenente-coronel Masanobu Kuno que morreu em maio de 1945. Que escreveu para os dois filhos, de cinco e dois anos de idade. 
“Apesar de invisível, sempre estarei olhando para vocês. Escutem bem o que a mamãe diz e sejam obedientes. Quando crescerem, sigam seus desejos e se tornem japoneses dignosNão tenham inveja dos outros que têm pai., 
Ou como a do Toyoje Shimote que escreveu simplesmente: “pela minha nação.
Porque estou levantando isso, algo tão cruel que aconteceu como exemplo? Quando somos pegos por um propósito íntimo, nossa visão de mundo muda drasticamente. Existem forças que aparecem dentro da gente que nos mostram que 'sempre dá pra fazer mais', que aquele sentido é maior do que nós mesmos. Aparentemente, o tenente-coronel tinha isso. O propósito era digno, aos olhos dele e do Toyoje. E aqui eu não faço um jogo de palavras entre propósito e objetivo. Seu objetivo era encontrar o navio certo, sua missão era jogar o avião no alvo, e seu propósito era ter um Japão melhor.

Entende que existe um grau de descolamento de como vemos propósito nas literaturas? Pessoas boas ou más podem ter propósitos. O propósito tem a haver com o juizo de valor que você dá ao que você sente, imagina e pensa que direciona a um impacto, mas precisa fazer algum sentido. Sendo assim, faço um exercício arriscado, mas imagine todos os grandes ditadores contemporâneos, me arrisco a dizer aqui que todos tinham sim um propósito, que na visão deles era o certo. E aqui descolo novamente o propósito de missão. Todos queriam formar sociedades únicas e prósperas, ao seu jeito. É como eles viam o mundo (destorcidamente). Por que se você perceber, destruir por destruir não tem haver com pessoas realmente inteligentes. 

Pois bem, no entanto a história nos revela que estas pessoas não prosperaram (e não deviam), e me arrisco a dizer de forma clara: O que eles queriam tinham mais a ver com uma satisfação pessoal do que coletiva e humana. Assim, qual o fundamental problema do 'propósito ruim'? o Distanciamento com uma verdade humana, o distanciamento da figura da pessoa, (do consumidor/user). 

Grandes ditadores eram extremamente inteligentes, no entanto, ouviam apenas pouquíssimas pessoas durante suas trajetórias. A inteligência deixava eles decidirem que aquilo era o melhor, e ao longo da trajetórias, apenas faziam a manutenção do status quo (e dos bunkers) com os "diretores". 

A ideologia era maior e mais soberana do que a condição inata do ser humano de ser coletivo, diverso e com compaixão. A lavagem era mais cerebral do que emocional (e porque não dizer "coracional"?).

Ouvir ao invés de "entuchar" sua maneira de pensar é um dos mais fundamentais mudanças na maneira como as empresas hoje devem se portar. Lembra muito o Push and Pull né. Então, não faz sentido existir o discurso de propósito numa empresa se ela nem sequer ouve e considera REALMENTE, os seus consumidores e stakeholders. É falso, é errado, é errôneo, é arrogante e é oportunista. Uma empresa que se destina a comunicar sobre sua razão de construir, não "tendo uma cadeira reservada para as pessoas que são impactadas" e não quer ouví-las. Isto não faz sentido algum para mim. Uma vez que são eles quem são os maiores interessados. 

Daí a grande diferença do "propósito bom ou ruim", um ouve as multidões e busca entender, coletar e criar junto. O outro ouve a si mesmo e busca replicar o modelo através da repetição. Ambos buscam impactos, mas de maneiras diferentes.

Se torna novamente o discurso Nós-Eles, que se assemelha ao 'entuchamento' que ditadores faziam. Repetição versus Relevância


MUDANÇA DE POSTURA
“The world has become more transparent, and the bar is being raised for who the leader is, not just what they know how to do.” 
- Fred Kiel, KRW Internacional.
Percebe que nesta história inteira o propósito em si tem outras nuances mais internas do que apenas o impacto? Ele carrega um senso de união íntimo, coletivo e convidativo. Independente para quem ou como será a trajetória ou qual o propósito em si, a maneira como você conduz suas máquinas internas operacionais dirá o quão relevante você se manterá. E digo mais, o quão humilde (veja o aumento de publicações relacionadas ao tema humildadesua forma de gerenciar a empresa buscando entender seu negócio pelos olhos do consumidor, vai ajudar ainda mais a tangibilizar este propósito, independente do caminho que ele se direcionará. 
"Highly regarded CEOs are nearly six times as likely as poorly regarded CEOs to be considered humble, according to a survey of 1,700 executives across the globe (minus CEOs) released in March by Weber Shandwick, a public relations firm. Weber Shandwick also found more than 50 articles that mentioned “CEO humility” in 2014 -- about twice the average number for each year going back a decade or so."


Um aspecto realça nesta caminhada e neste entendimento das bases do funcionamento e vivência do propósito. Me parece aparecer um aspecto muito sintomático, como se houvesse uma co-criação de uma cultura como num processo contínuo acontecendo diariamente. Onde líderes inspiram, mas conduzem equipes internas instrumentalizando-os com ferramentas, métodos e mindsets para entender melhor o consumidor/user e redirecionar sua estratégia o mais coerente e rápido possível. Então, os aspectos da holacracy começam a fazer sentido? Não sei, mas podemos observar. 

Você consegue perceber comigo, que algumas maneiras de liderança se tornam antiquadas e velhas quando olhamos por esta perspectiva de Propósito, liderança, gestão e mindset centrado no consumidor? O que vemos de participativo, é só nos lucros, e não nas opiniões e pesquisas. O que é mais humano, são os atores das propagandas da empresa. O que é de missão, é focado em dar lucro pro acionista (e quando pior, pra aquele grupo familiar conhecidamente esbanjador). 

Agora você percebe que a forca, da frase do Andy Grove faz mais sentido quando as empresas não são ágeis em buscar manter uma engrenagem fina, próxima do cliente pra responder a ele (e não ao mercado) prontamente? A figura da forca aparecerá mais vezes para as empresas que não são ágeis. E neste mundo, toda empresa ágil começará a introjectar o propósito dentro de seu mindset porque ela genuinamente terá que comportar buscando revelar esse propósito internamente. Porque só assim ela conseguirá ser, ágil, e lucrativa. Percebe que o discurso de ser bem segmentado, investir em customer experience, user experience e colaboração faz mais sentido? 

Não existe propósito se a empresa não for focada no usuário.


(*Aqui vou um pouco além das inúmeras conversas tidas com Daylton Almeida, da Dia Comunicação, e do Gabriel Lopes, da Malkovich, sobre propósito. Buscando entender e dar um ponto a mais na discussão sobre os fundamentos do propósito.)

sábado, julho 11, 2015

sem uma estratégia global de experiência do cliente, a esquizofrenia da coerência fica mais acentuada


"Muitas organizações ainda fazem orçamentos baseados em aumentos (ou cortes) por departamento. Ainda pior, muitas vezes é feito com base em quanto foi gasto por cada departamento do ano anterior. Esse tipo de pensamento mina o objetivo de melhorar a experiência do cliente, que invariavelmente corta em todos os departamentos. Pode até existir dezenas de iniciativas de melhoria da experiência do cliente pouco acontecendo dentro dos departamentos, mas sem um plano global que olha para a jornada total do cliente, a maioria está fadada ao fracasso ". 
~Jeanne Bliss, autora de Chief Customer Officer 2.0

quinta-feira, julho 09, 2015

Dependendo do serviço, explorar mais as hipóteses ajudará a potencializar mais a leldade

As gerações mais jovens estão menos dispostas a resolver um problema e mudarão de opção logo: 27% dos jovens millennials não irão tentar resolver uma falha, como comparado ao 13% dos baby boomers. Em pesquisa mundial da SDL. Isto quer dizer que aos desenhar experiências, sua usabilidade criar mais critérios e hipóteses para um serviço para os millennials é de extrema importância, quanto facilitar a jornada de alguém com mais idade. Um desiste pela falta de paciência, outro por não saber.

sábado, julho 04, 2015

Estratégias diferentes diante de cenários diferentes?

Enquanto que no Brasil o número de fusões e aquisições cresce, o número de IPOs diminui. Ambos são caminhos de crescimento e refletem momentos diferentes de mercados diferentes. Com saturacoes diferentes.

 "The growth that is supposed to come from young public companies isn’t likely to be come. Nowadays, many of the companies with a great growth story are staying private longer and going public as much more mature companies. As a result they leave a lot less meat on the bone for public investors. This trend is likely to accelerate."

... http://tmblr.co/ZGSium1oga85J

quarta-feira, julho 01, 2015

Em tempos de crise: a criação de uma nova cultura é fundamental para sustentabilidade da estratégia

"Quando o crescimento estaciona, as coisas começam a falhar. A confiança fica ameaçada, a confusão reina e talvez seja difícil distinguir quais problemas são a causa e quais são o efeito. Falta de consenso [em relação a qual estratégia seguir], perda de foco, perda de coragem [em fazer investimentos em inovação] e inconsistência de marketing alimentam-se entre si, em um ciclo vicioso e cruel, enfraquecendo os esforços para virar a situação - e às vezes passam despercebidos. Enquanto as reuniões do Conselho e as discussões estratégicas são voltadas à dinâmica externa que impede o crescimento, o maior inimigo, em geral, repousa na empresa, criando uma reação em cadeia negativa enquanto causa prejuízos silenciosamente...a dinâmica interna representa o maior teste - e a maior oportunidade - para uma empresa em dificuldade."
 - Steve McKee, Mercados Estagnados (When growth stalls)

terça-feira, junho 02, 2015

A importância da Essência de Marca e o Propósito

Ando tendo leituras no campo da filosofia e sociologia e isso vem me deixando mais incomodado ainda com muita coisa, em mim e, reflexivo sobre os outros. Desde Clóvis de Barros, Schopenhaer, Heiddeger e até Krishnamurti. Um efeito colateral disso é o meio distanciamento do mundo. Continuo a ler notícias, a ler sobre as coisas que ocorrem em minha cidade etc, mas acabo, infelizmente entrando em ciclos de auto-revisão. Isto é bom e ruim. 

Para este post, não quero falar sobre mim. Aliás este não é o foco do blog. Quero falar sobre as empresas. 

Muito se fala sobre o DNA corporativo, essência de marca, e o mais recente nome: propósito. Todos estes nomes não são necessariamente novos no linguajar executivo, mas vem tendo maior relevância hoje em dia porque suscitam maior competitividade. Pois bem, a equação que se propaga é: Quem tem propósito é mais competitivo e tem maior relevância. Concordo plenamente com essa afirmação. 


O embate
Mas levanto uma questão primordial, que sempre me lembro da importância do design thinking - a importância do processo. O processo, no mindset do DT é o que emerge de sua riqueza. Pois bem, lendo este fim de semana o livro do Oliver James, Como Desenvolver Saúde Emocional, uma passagem me suscitou importante atenção: 

"As pessoas bem-sucedidas frequentemente operam através de um sofisticado self falso. Quanto mais bem-sucedidos nos tornamos, mais o mundo se relaciona com a pessoa que criamos....Como esses magnatas dos negócios tendem a ter muito pouca vida privada, com pouco tempo disponível para a família e amigos, suas trocas sociais são restritas a pessoas sobre as quais eles exercem poder direto. Os funcionários agradam - e nunca desafiam - o self falso, e o self verdadeiro se perde."
Oliver não leva o leitor a achar que o altruísmo ou o socialismo são os melhores caminhos. Mas mostra que as pessoas bem-sucedidas são incomodadas por natureza, e obstinadas porque em sua grande maioria criam personas as vezes descoladas de quem elas realmente são. Elas projetam personas que não costumam ser (intimamente) porque querem vencer na vida. Elas assumem papéis que não são da natureza delas e tornam isso um sonho. O famoso sonho das revistas de negócios. E se acostumam com esse papel até perderem suas raízes, tradições, ligações verdadeiras do passado e do porquê realmente buscaram aquele "sonho".

É importante dizer que o baixo entendimento sobre nós mesmos nos cria o precedente a criar estes mundos paralelos e a criar personas desejáveis que geralmente nos tornam frustrados, e nos causam uma paranóia profissional e pessoal. (Curiosamente é nos EUA onde existem maior número de pessoas com distúrbios de personalidade.) Pois bem, da mesma forma que existem pessoas muito bem sucedidas que tem uma ciência mais firme, saudável e clara sobre a natureza de quem se é, conseguindo transferir isso genuinamente para as pessoas, atraindo outras e até formando pessoas que pensem como elas. O curioso é que independente do desfecho bem sucedido de ambos, existe o processo. Existe a relação familiar que é construída desde a sua primeira infância, do nascimento até os 3 anos. Fase crítica de formação de comportamentos que serão sentidos até a fase adulta. Confrontados na adolescência e reformulados na fase adulta. Oliver nos leva a crer que nossa noção saudável de nós é formada com famílias amorosas ao longo da nossa educação de casa e formação social. 

Nossa formação Claro, existem regras, como existem exceções. Todos sabemos que para criar uma empresa é preciso trabalhar duro e empregar valores pessoais (?) em suas ações para construir um mundo melhor. Mas onde é que você foi buscar seus valores mesmo? Nos livros que você leu? Nos documentários que você assistiu? Em coachs

Isto tudo é importantíssimo para nos inspirar e criar uma empatia real com o mundo. Ou pelo menos compaixão. O exercício prático de entender pessoas se colocando no lugar dela é um convite a reflexão sobre nós mesmos e sobre nossos valores. No entanto não é só isso que é o importante. É importante revisitar sua infância, ou alguns gatilhos atuais, e entender origens de alguns comportamentos para perceber que eles podem ter se tornado crenças sólidas que você racionalmente justifica-as em suas ações, e essas serão as valores da sua empresa no futuro (se você quiser ser um empreendedor), a não ser que você copie eles da concorrência.

Essência Onde eu quero chegar? De que para revelarmos a essência de uma empresa não basta apenas olhar seus históricos, é necessário entender a fundo a natureza (humana) de seu fundador e vasculhar suas histórias e convívios para clarificar o que ela realmente é. Se não, corremos o risco de criar justamente selfs falsos, tanto do fundador quanto da marca. E o que isso pode acarretar? Um falta de identificação interna, engajamento entre funcionários, desacreditamento claro sobre os valores, ruídos de comunicação, perca de competitividade, turn overs constantes etc. e assim, uma cultura organizacional que permeia-se por uma confusão de comportamentos inconstantes e inconsistentes.

Sabe, o livro do Viktor Frankl, que é considerado um dos melhores livros da história, por vários executivos, que curiosamente é uma das grandes inspirações do Simon Sinek que escreveu Start with Why? Pois bem, nele Viktor, através da logoterapia (técnica criada por ele) indica que deveríamos praticar a intenção paradoxal que consiste em você fazer exatamente aquilo do qual você tem medo, usando mecanismos próprios. Você se distancia do seu próprio medo, que pode ser um constrangimento seu, ou um trauma seu de infância, ou algo nascido de uma crença sua, praticando algo igual ou semelhante. Porque a teoria dele defende que "o medo faz acontecer aquilo de que se tem medo, uma intenção forçada torna impossível aquilo que se deseja muito". Você intenciona o que quer evitar para parar de pensar naquilo. 

O que isso tem a ver com Oliver, essência e propósito? Então, quando temos uma ciência honesta de quem nós somos, do nosso self real, daquela pessoa que tem diversas vulnerabilidades, de que não temos que nos anular sempre para conseguir outras coisas, de que nossos traumas, nossas vulnerabilidades podem não ser tão tão ruins quanto parecem. De que nossos padrões de comportamentos sempre voltam e temos que conviver com eles e buscar entendê-los para superar. De que entender quem nós somos nos ajuda a intencionar como podemos melhorar e desejar um melhor caminho futuro, para melhorar este presente atual que somos. De forma muito mais honesta, real, valiosa e valorosa, para mim e para as pessoas. Que pode ser ambiciosa ou não. Aqui entra o propósito.

Propósito
Entender quem nós somos é uma visão estática de sentido, mas evolutiva em seu significado. Estamos sempre aprendendo novas coisas e nos deparando com novos desafios, isto forma o nosso ser individual e constrói (e revisita) o nosso self. E ele ajuda a criar padrões para decidir sobre nossa vida, nossos casamentos, nossas carreiras e nossa vida empresarial. O pensamento intelectivo aqui tem papel importante para criar a qualidade social que desejamos e praticamos no dia-dia com as pessoas. Então, já que ele é estático, mas evolutivo porque fica dentro de você. Sua essência é imutável de ante-mão. Tão bem quanto a essência de uma empresa pode(ria) ser. 

Quando falamos de propósito, falamos de algo que se mune dessas informações de sua essência, fundamentais ao seu ser/self/eu, para projetar como você quer impactar as pessoas criando a condição para este futuro. Existe aí a projeção de um futuro que ainda não chegou, mas uma intenção deliberada para que algo aconteça. Mas para que este impacto, este futuro ocorra, devemos entender bem o nosso presente, e o nosso presente é a nossa essência. Por isso, que aqui defendo que o propósito é algo diferente de essência, que é algo diferente de DNA, e algo diferente de promessa. Porém, todos passam por revisitações de nós mesmos.

Tudo é processo, e o processo ganha cada vez mais importância em um mundo de incertezas. Mas o processo é alinhavado com aspectos sociais, psicológicos, desejáveis e viáveis. 

Se, "A marca é a maneira de tentar projetar-me ao que eu quero ser", frase que Martin Lindstron disse. Podemos pressupor que marca é uma projeção de uma condição que ainda não temos esclarecido ou maturado em nós mesmos. Marca acaba se tornando uma criação de uma expectativa que vive em algo comum à natureza humana. Marca se torna um desejo. E para o desejo se tornar valor, existe a inovação para torná-lo nas vidas das pessoas. Para que esta expectativa seja coerente é preciso que haja uma cultura bem embasada e clara em valores, comportamentos, metas, essência, e se possível um propósito. 

Portanto, ter um propósito de uma marca deve ser embedado em algo natural e genuíno de todo ser humano, e que é desejável e 'jogado para o futuro'. E NÃO pode ser puramente criado por alguém fora da marca, é preciso ser 'proposto' por alguém que viva a marca. O propósito precisa melhorar. Propósito se torna então, uma intenção saudável que amplifica pessoas, porque considera elas como interdependentes, mas convida elas para construir futuros impactantes e alinhados. Propósito precisa melhorar as pessoas(!)Mas para melhorar as pessoas, é preciso entender quem você é realmente.

Conclusão
Para concluir, sabe o que é mais louco nesta história? É que Steve Blank, criador do The Startup Owner's Manual, um dos livros mais aclamados no universo de startup, em uma conferência recente (#fei15) disse essa frase:
 "We're trying to turn a faith-based process into facts...Get outside and test your assumptions." Nós estamos encarando suposições que chamamos de fés ou intuições -que nascem de coletas com baixa qualidade de informação dos consumidores, em fatos, transformando isso em estratégias para produtos. Algo distante do que falamos até aqui, de empatia, de olhar o outro, de ser mais centrado no ser humano. E a base do movimento de startup de que devemos 'Get outside the building' (saia do prédio e vá conversar com os usuários) é a empatia. 






Percebe como tudo está interligado? Desenvolver melhores marcas passa por entender melhor os consumidores, a sociedade e as pessoas, tão bem, quanto melhor se entender como pessoa e como sistema vivo de interação neste ambiente sistêmico. Ser competitivo hoje é se entender melhor

quinta-feira, maio 14, 2015

Sobre crescer e competir no Brasil


"...o desembolso por meio do Cartão BNDES - para aquisição de máquinas e equipamentos no portal eletrônico do banco, pelas micro, pequenas e médias empresas (MPMEs) - cresceu 16%, alcançando em torno de R$ 2,8 bilhões. Outro destaque foram as liberações para inovação, com alta de 9% no trimestre, atingindo R$ 1 bilhão..."
Do total desembolsado no acumulado janeiro/março deste ano, a maior parcela, equivalente a R$ 11,7 bilhões, foi destinada à área de infraestrutura; seguindo-se R$ 10,4 bilhões para indústria, R$ 7,6 bilhões para comércio e serviços; e R$ 3,5 bilhões para agricultura. Para essas áreas, os recursos sofreram redução de, respectivamente, 25%, 17%, 34% e 13%."
Inovação sendo buscada, mas ainda pouca. Infraestrutura tendo queda de empréstimo, justamente em ano de 'crise'.

http://www.jb.com.br/economia/noticias/2015/05/14/volume-de-recursos-liberados-pelo-bndes-cai-24-no-primeiro-trimestre/ 

sábado, abril 25, 2015

Estrategistas têm que ter coragem

Essa é a mensagem subliminar que Patrick Lencioni dá neste artigo How to Grow by Cutting Backna Inc Magazine deste mês. Vale dar uma olhada.
[I'd been invited to attend the weekly executive team meeting, where our leaders were discussing a fundamental shift in product strategy. At one point, the head of marketing said, "Customers aren't going to like this," prompting the CEO to declare, "Screw customers. If we let them choose our strategy, we'll go out of business."
As heretical as that sounds, today I understand the CEO's wisdom. His willingness to try something new, even if it displeased some long-term customers, ultimately allowed the company to attract new business--and propelled it to that $1 billion revenue goal.
So when you attempt to transform your organization and simultaneously retain every employee and every customer, you're sabotaging its growth and health. You're placing a higher priority on avoiding painful conversations than on fulfilling your mission.
That's why leaders of all companies--and especially of those trying to grow--need to go into work every day willing to sacrifice for the good of the organization.]

quarta-feira, abril 22, 2015

Valor é tanto o sentir, quanto o seu problema resolvido

Valor = é quando você gera ao público um sentimento de entrega valorizada, uma relevância, uma importância que transcende a troca de bens materiais, uma expressão de consideração, zelo ou outros fundamentos éticos em que o público considera importante em um relacionamento. Paulo Lima - Ideia de Marketing
Esta foi a definição que o Paulo Lima deu em seu grupo particular no LinkedIn sobre branding

Esta foi minha resposta abaixo.

"Muito bom Paulo!! Bem bacana. Dependendo da ótica que olhamos o tema, existem unidades de definição diferentes. Vou tentar escrever o que tá na minha cabeça.  Quero te lembrar que o valor existe além da ótica do consumidor (consumer value), ele é uma condição existente não apenas no cliente final, mas em toda cadeia produtiva. O valor é entrega e realmente vai além da troca de bens materiais (excelente!).

Desde Karl Marx, Adam Smith e outros vem evoluindo sua definição. Valor no fim, é contextual. Valor é como a beleza, cada um tem seu conceito. Ele varia conforme a situação. Então, como Peter Drucker comentou uma vez "O que os consumidores pensam que compra nunca é o produto. Isso é, sua utilidade, o que ele faz." Por isso que o Valor é subjetivo. Eu me arrisco a definir Valor como: 

a soma de bons sentimentos com solução de problema. Que pode ter variações e pesos diferentes conforme a situação.
Então, quando você define "valor como sentimento", faz sentido. Contudo para mim o sentimento por si só gera a consideração (que você bem fala) - ao meu ver, mas é a resolução de um problema - físico, emocional, psicológico, somada, que gera o valor."

segunda-feira, março 23, 2015

Atualmente estou trabalhando num projeto de desenho de uma solução para um grande cliente. Depois de um processo intenso e exaustivo de estudo, passando por entrevistas que me marcaram bastante porque nos fazem nos aproximar cada vez mais do que é um ser humano, sua complexidade e lutas diárias, que foi mais um grande exercício de empatia. Começamos a enxergar no horizonte, soluções possíveis.

Ao longo deste processo de inovação -que é centrado no ser humano, me fez me aproximar mais da sensação de que podemos sim realmente sermos construtores de coisas, serviços, produtos ou de boas lembranças para as pessoas. Basta exercitarmos para entrar em sintonia com uma humanidade, respeito e objetividade, para realmente fazermos diferença nas vidas das pessoas. Não é/não está sendo um trabalho fácil, mas é recompensador ter este aspecto ao longo deste caminho de aprendizagem e solucionamento.
Pois bem, lendo este fim de semana o livro Design for Dasein: Understanding the Design of Experiences, me suscitou novamente diversas reflexões sobre a natureza construtora humana de que nós todos podemos ser criadores (e criativos) de alguma coisa, onde tudo começa com o 'estar com o outro'.
"...the conscious generation of empathy through design research methods and problem-framing is a conscious enactment of our being-with others. Empathy exists everywhere and at any time we demonstrate understanding for others.... through this care of designing, we come to know the world. Techne, or the craft/ hand-work in which designers take part, is both an act of making and an act of knowing. Being a designer involves the preservation of the connections between making, caring, knowing, and understanding."
Paralelamente a isso, relendo o livro da Carol Dweck, o Mindset, me ajudou a acalmar minhas expectativas e ansiedades sobre como navegar no caos, na incerteza de como refinar uma idéia para ela ser e se tornar tão importante para uma pessoa incorporar em seu dia-dia. Levando-me a pensar que mesmo quando não temos uma grande certeza de como será o seu final devemos continuar.
"...mesmo que você acredite que não sabe fazer bem determinada coisa, ainda assim, é possível mergulhar nela com empenho e perseverar. Na verdade, as vezes você se dedica a alguma coisa exatamente por não saber faze-la."
Ambas frases são complementares e falam de duas coisas distintas que se conectam: o fazer, e o como continuar fazendo.
A cisão 
Ao longo da Revolução Industrial, o ofício do artesão foi desmembrado fazendo com que cada um dos aspectos gerais de se desenvolver um objeto fosse dividido em várias etapas, criando uma cisão e um distanciamento - chegando até os dias atuais, do que é "enxergar o todo". De se ter um olhar sistêmico sobre fazer produtivo de um objeto, serviço ou até uma idéia. O exercício da empatia, o exercício do ouvir, o exercício do cuidar, o exercício do "making, caring, knowing, and understanding."ficaram prejudicados ao longo dos tempos, fazendo com que isto perdesse um pouco o seu peso e, profissões especialistas começassem a surgir. Hoje temos especialistas em tudo em todas as áreas.
Ou seja, nossa capacidade humana em olhar o todo ficou prejudicada com o início da industrialização porque não conseguimos olhar, ou considerar ao menos os impactos e em quais sistemas aquilo que estávamos criando se inseria. Tanto quanto como os objetos/serviços se relacionariam com as pessoas. E essa figura do artesão que conseguia ter uma visão, um ritmo próprio e controle de todo o seu processo produtivo, desenvolvendo seu método próprio em cima do seu todo (confeccionar o seu objeto) nos faz lembrar o quão ficamos reféns hoje em dia de aspectos além da nossa capacidade.
Talvez não fomos ensinados a olhar o todo (porque dá trabalho) antes de tomar decisões. Daí a importância de processos colaborativos que unem visões diversas para resolver problemas. Talvez não fomos ensinados a refletir substancialmente antes de decidir sobre nossas vidas pessoais ou profissionais. Daí a importância hoje em dia do filosofia e da psicologia para nos ajudar a entender origens e impactos. O imediatismo e o curto-prazismo nos foi vendido como maneira de decidir - porque sempre foi assim. Daí a importância de exercitar modelos de gestão que sejam mais duradouras como o branding, que nos permitem decidir pelos olhares dos valores e da identidade da empresa.
O designer é um conector
Tropecei novamente com esta frase no post da Alma: "Problem Setting —Sense Making — Problem Solving as necessary steps in a circular process of sustainable decision-making to avoid Innovation collapse." Que coroa um pouco o que quero dizer sobre criar algo realmente relevante hoje em dia: o pensamento sistêmico, somado ao pensamento do cuidar e da nossa busca por melhorar a maneira como nos conectamos socialmente.
Somos todos designers, porque todos podemos ser construtores. Basta exercitar mais o nosso olhar humano, inato a nós, inato a nossa capacidade biológica e reflexiva em "bring to life" nossas idéias através de nossas mãos, nossos ouvidos e nossa boca. Não reduzamos nossa maneira de sobreviver à apenas a criatividade de momento, mas exercitemos maneiras de melhor estabelecer qual problema realmente estamos resolvendoem como devemos resolver estes problemas, e quais métodos vamos usar para decidir, levando em conta consequências e impactos sociais.
Exercitar nossa cultura social é galgar construir sociedades melhores e mais conscientes de seu papel. Isso passa desde a forma como você conduz o seu próprio trabalho e resolve os problemas com fornecedores ou com colegas de trabalho. Passando por como você se posiciona na sociedade, em seu mercado e na sua vida.

Texto original publicado no Linkedin :) 
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